quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Até quando é possível brincar com fogo?

[o pacto social já foi rompido e estamos caminhando rumo ao rompimento do pacto institucional?]
 
 
Barroso elogia Genoino, mas não altera condenação de deputado
 
   
29 Ago 2013

"Lamento condenar um homem que participou da resistência", disse

Reforma. Barroso pediu mudanças no sistema político, para ele, perverso

BRASÍLIA


Embora derrotado no julgamento dos embargos de declaração, o ex-presidente do PT José Genoino ganhou do mais novo integrante do STF, Roberto Barroso, um discurso lamentando sua condenação. Em plenário, Barroso ressaltou o papel de Genoino na luta contra a Ditadura e declarou que o réu não enriqueceu com a vida pública. Barroso voltou a defender a reforma política, ponderando que o sistema atual favorece a corrupção e inibe boas práticas.
Mas Barroso não quis mudar a pena aplicada ao petista em seu voto. Para ele, não há espaço para viradas em julgamento de embargos de declaração.
- Pessoalmente, lamento condenar um homem que participou da resistência à Ditadura no Brasil, em um tempo em que isso exigia abnegação e envolvia muitos riscos. Lamento condenar alguém que participou da reconstrução democrática do país. Lamento, sobretudo, condenar um homem que, segundo todas as fontes confiáveis, leva uma vida modesta e jamais lucrou financeiramente com a política - disse Barroso.
O ministro tomou posse em junho e não participou do julgamento do mensalão em 2012.
No início da análise dos recursos do mensalão, Barroso defendeu a reforma política para evitar a corrupção na administração pública. Ontem, voltou a criticar o sistema, incluindo os altos custos das campanhas:
- Temos um sistema político distorcido e perverso, indutor da criminalidade. De um lado, há parlamentares eleitos em campanhas de custos estratosféricos, que transformam o Parlamento em um balcão de negócios. De outro lado, condenados por corrupção ativa, líderes do governo querendo implementar a sua agenda política e comprando aquilo que consideravam o interesse público.
Para o ministro, se o sistema eleitoral e partidário não for alterado, a "lógica de compra e venda" tende a ser perpetuada no poder público:
- O papel do processo civilizatório é o de reprimir o que há de ruim e potencializar o que há de bom. O sistema político brasileiro faz exatamente o contrário: reprime o bem e potencializa o mal

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